Frozen II (2019)



“Into the unknown…”
UMA PONTE ENTRE DOIS MUNDOS. Eu gostei muito do retorno de “Frozen” – é uma proposta diferente do primeiro filme, também não foge muito da previsibilidade, mas, ainda assim, trata de temas importantes que normalmente não são o centro de filmes feitos para o público infantil… o que é um questionamento meu, por sinal: “Frozen” tem um apelo grandíssimo junto ao público infantil, mas, enquanto assistia a “Frozen II”, eu percebi o quanto o filme não era infantil… as crianças vão pelas músicas, por momentos divertidos como algumas piadas visuais do Olaf, mas não entendem a complexidade do roteiro e a mensagem do filme, que é muito bacana. Eu acho que faltou clareza em alguns pontos do filme, no entanto, mas o resultado final é muito bom, e a finalização do filme, com Anna de um lado e Elsa de outro, também foi sensacional!
Foi bem melhor do que eu esperava!
O filme começa nos levando de volta para quando Anna e Elsa eram crianças, antes da morte dos pais, antes do acidente, antes de as irmãs serem separadas e a Elsa não brincar mais na neve com Anna. É fofo ver a relação das irmãs quando crianças, e a trama principal do filme é apresentada através de uma história contada pelo pai das garotas, sobre uma “Floresta Encantada” onde uma batalha foi travada entre os Northuldra e o povo de Arendelle. O pai das garotas ainda era um jovem naquela época, e ele não sabe bem o que aconteceu: era para ser um encontro de paz, entre amigos, e então uma guerra começou, uma guerra que enfureceu os quatro espíritos – o fogo, a água, o ar e a terra –, que, por sua vez, fecharam a Floresta Encantada e a cobriram com uma poderosa neblina. Os espíritos, desde então, ficaram adormecidos em algum lugar.
Eu gosto muito (!) de como o filme é musical… parece que o tempo todo, principalmente no início do filme, temos uma canção, e são umas escolhas criativas muito bacanas – talvez as pessoas aleguem que não existe uma que gruda como “Let it Go”, mas a verdade é que “Let it Go” saturou e não tenho certeza de que ninguém precisa de uma nova… destaque para a expressão de Elsa quando vemos um trechinho minúsculo da música nas memórias do fim do filme… imagino a Idina Menzel fazendo aquela expressão! Então, as músicas são inteligentes, algumas delas bem tocantes, e todas com sua qualidade, seja para o desenvolver da história, seja em questão de emoção, diversão ou mesmo nostalgia… teve até um clipe digno dos anos 1980 e 1990! E é musicalmente que reencontramos os personagens como os deixamos no fim do primeiro filme…
“Some Things Never Change” é LINDA! <3
E bem digno de um musical… EU AMEI MUITO! *-*
A trama do filme começa de fato quando a Rainha Elsa começa a escutar uma voz que a chama (“Into the Unknown”), e ela não sabe do que se trata, mas é atraída por ela… e, nesse processo, ela desperta os quatro elementos, que atacam Arendelle. Eles ficam sem água e sem fogo, atacados pelo vento e pela terra, e precisam fugir do reino. Os trolls, então, dizem o que precisa ser feito: eles precisam descobrir “a verdade sobre o passado”, e então eles poderão restaurar Arendelle. A missão do filme, então, é não apenas restaurar Arendelle, mas libertar a Floresta Encantada da neblina, e Elsa, a única capaz de escutar a “voz”, quer tomar a frente da missão… ela iria sozinha se pudesse. Mas Anna não deixa a irmã se arriscar sozinha, por isso ela é acompanhada por Anna, Kristoff, Olaf e Sven.
Eu gostei bastante do filme e da aventura que ele traz… gostei das piadas do Olaf (com destaque para o momento em que eles reencontram os guardas de Arendelle e os Northuldra, então ele conta perfeitamente a história deles, do primeiro filme e início do segundo – HILÁRIO!), gostei do Kristoff tentando pedir a Anna em casamento, gostei dos cenários e gostei das músicas… as músicas incluem um solo para o Olaf – “When I am Older” tem tudo a ver com as dúvidas e “angústias” que o personagem enfrenta no segundo filme, com o amadurecimento – e um solo para Kristoff – “Lost in the Woods” é fofa, envolvente e eu adorei o “clipe”, porque tinha tudo a ver com clipes dos anos 1990. Eu ri muito! Enquanto isso, o grupo reencontra, também, os quatro elementos, e Elsa descobre que ela precisa ir mais além, em busca de um quinto elemento.
Um quinto elemento capaz de unir povo e natureza.
O filme também traz um pouco mais sobre a história dos pais das garotas, o que é muito importante para a finalização do filme… assim que chegam na Floresta, porque “a água tem memória”, eles descobrem que, no dia da batalha há tantos anos, o pai foi salvo pela mãe deles, que era uma dos Northuldra. O que quer dizer que elas são filhas dos dois mundos: Arendelle e Northuldra. Mais tarde, as irmãs também encontram o navio naufragado dos pais, muito longe de onde elas acharam que eles tivessem morrido, e Elsa se sente culpada pela morte deles, porque eles estavam buscando a origem de seu poder… por que Elsa foi presenteada (ou amaldiçoada) com a magia? Ali, elas também encontram um mapa para Ahtohallan, onde elas supostamente encontrarão todas as respostas…
Aqui, Elsa consegue, de fato, ir sozinha adiante, deixando Anna e Olaf em segurança e seguindo para Ahtohallan, em busca da verdade, e temos algumas cenas bem poderosas da personagem, que sofre uma espécie de transformação (o Olaf disse que a Floresta traria transformação para todos eles), e eu gosto de vê-la tão linda e poderosa. Amei a cena da Elsa enfrentando o mar e domando o espírito das águas e, claro, amei “Show Yourself”, que é o momento em que Elsa descobre quem é o quinto elemento e qual é a história do passado de Arendelle e dos Northuldra. A cena tem vários elementos de “Let it Go”, seja no movimento de pés e braços de Elsa, seja na mudança do cabelo (que agora fica solto, E É MUITO MAIS BONITO, MINHA NOSSA!), ou na mudança do vestido, um longo vestido branco com capa que a deixa impressionante… e a verdade do passado é algo que já desconfiávamos: o povo de Arendelle traiu os Northuldra.
Não apenas isso… Elsa também descobre a verdade dos seus poderes: seus poderes lhe foram dados como um presente pelo ato altruísta de sua mãe, de Northuldra, ao salvar seu pai, de Arendelle. E ela mesma é o quinto elemento, destinada a unir os dois povos e as forças da natureza. Elsa se sacrifica pela verdade, e Anna, então, faz o que precisa ser feito: ela precisa derrubar a barragem, que não foi feita como um presente de Arendelle aos Northuldra, mas como uma prisão, como algo que danificaria a Floresta Encantada. E é legal a maneira como vemos as relações de medo e poder sendo trabalhadas aqui, porque o que o avô de Elsa e Anna queria era, na verdade, subjugar Northuldra, adquirir as terras para si, tudo porque ele temia a relação daquele povo com as forças da natureza… com a magia. O medo do que é novo, do que é diferente.
A falta de respeito à alteridade.
Mesmo sabendo que Arendelle pode ser destruída com a queda da barragem, Anna faz o correto, e é uma cena LINDA! Tanto a de Anna provocando os gigantes (com a ajuda de Kristoff, que não a questiona, apenas faz o que ela pede), quanto a de Elsa retornando, majestosa, entre as águas, montada no espírito da água, criando uma barreira que protege o Reino de Arendelle. O reencontro das irmãs é lindo, o “Você quer brincar na neve?” antes de refazer o Olaf também (!), e eu ADOREI o final do filme, porque é um tanto quanto inesperado… Elsa explica para Anna que ambas são as filhas de Northuldra e Arendelle e, portanto, as duas são a ponte entre o povo e a natureza – uma ponte precisa de dois lados. Assim, Anna fica em Arendelle, como a nova Rainha, e Elsa vai para a floresta, como protetora e guardiã dos espíritos da Floresta Encantada… E ISSO É TÃO BONITO!
Gostei bem mais do fim desse do que do primeiro! <3


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