Para Todos os Garotos: Agora e Para Sempre (To All the Boys: Always and Forever, 2021)

3,000 miles away…

Eu estou MUITO FELIZ em poder vir aqui dizer que eu gostei muito do filme. Eu ainda acho que “Para Todos os Garotos Que Já Amei” é o filme mais fofo dos três, porque é o único momento em que eu consegui estar realmente apaixonado pelo casal Lara Jean + Peter Kavinsky, mas “Agora e Para Sempre” é uma linda e emocionante conclusão para a trilogia, e eu não passei (muita) raiva assistindo – isso aconteceu muito em “P.S. Ainda Amo Você” porque o filme mutilou a história do livro e porque eles cortaram e mudaram o personagem do perfeito John Ambrose McClaren para endeusar Peter Kavinsky quando, no livro, ele era um completo babaca… tudo bem que “Agora e Para Sempre” continuou atenuando as atitudes de Peter porque os roteiristas (e 97% dos fãs) são apaixonados por Peter, mas, no todo, foi bem menos grave.

Então eu curti.

O filme começa com Lara Jean na Coreia com a família, e foi bem gostoso acompanhar as Irmãs Covey na Coreia, além de que eu me diverti muito com a Kitty e o seu “romance” com Dae ao longo do filme, e foi o momento que o roteiro encontrou para citar “Harry Potter”, algo que Jenny Han deve gostar muito e vive incluindo durante o livro, seja na biblioteca da UVA (faculdade que nem é citada) ou com o namorado de Margot (que também não aparece), só para citar dois exemplos. Kitty é um encanto, sempre foi minha personagem favorita! Ela é ácida, divertida e Anna Cathcart pode ser muito mais velha do que eu imagino a Kitty quando leio o livro, mas ela captura o tom da personagem com perfeição e não tem como não amá-la! Algumas das melhores cenas do filme são com ela, tanto em diversão (ela fugindo da Lara Jean com o pau de macarrão, por exemplo) quanto em emoção (o “12”).

Se você leu o livro, você vai entender o que eu vou dizer agora, mas isso não chega a ser uma crítica ao filme, porque eu entendo que o roteiro precisa escolher uma coisa e ter um guia e essa foi a escolha deles, porque é uma trilogia de romance adolescente: diferente do filme, o livro é muito mais sobre a Lara Jean, sobre ela se tornar independente e sobre a faculdade, e isso é algo que eu adorei no livro; infelizmente, tudo no filme se torna sobre Peter Kavinsky; assim, percebemos, por exemplo, a questão do casamento de Dan e Tri sendo puxado já para as primeiras cenas do filme, com um pedido de casamento xoxo que não era o que eu esperava (eu CHOREI lendo essa parte no livro!), para que o restante do filme pudesse se dedicar de fato ao romance dos protagonistas. E, é claro, aos dramas que a escolha da faculdade representam a um romance adolescente.

Também por isso, o filme excluiu as poucas cenas que John Ambrose McClaren tinha no livro, mas tudo bem… isso só me lembraria como o Jordan Fisher é lindo e como o John Ambrose é perfeito, e eu ficaria bravo. Ele tem momentos importantes parabenizando a Lara Jean pela sua faculdade, por exemplo, algo que o Peter não consegue fazer, e uma cena em que evidencia que eles têm uma música, diferente de Lara Jean e Peter. Acho que a ausência de John Ambrose me machucou mais porque estava esperando toda a parte de Belleview e a morte de Stormy, que é uma sequência linda e que tem tudo a ver com a sua escolha de faculdade, e isso é algo que eu queria ter assistido… no filme, sem John Ambrose, Lara Jean parece muito mais sonhadora e apaixonada, porque eu não imagino a mulher forte que Lara Jean se tornou no terceiro livro sonhando com casamento naquele momento e tudo o mais.

Mas não vamos nos prolongar nisso…

O filme é carismático, tanto que quase me faz esquecer o ranço que tenho do Peter (o Noah está lindo e o Peter do filme realmente nos faz esquecer, durante aqueles 115 minutos, que na verdade ele é um completo babaca), e com um visual incrível! Pouco vemos da escola e das aulas, algo que já foi explorado lá no primeiro filme, e esse é um filme de viagens… temos a viagem à Coreia, a viagem a Nova York (MEU DEUS, QUE VONTADE DE ESTUDAR NA NYU, NO MESMO PROGRAMA DE LITERATURA DA LARA JEAN!) e o que não pode faltar em um filme sobre último ano da escola: o baile de formatura. Os cenários e figurinos são perfeitos, destaco cenas como do sofá rosa no metrô, da lanchonete de “desenho” que as Irmãs Covey foram quando estavam na Coreia e, é claro, o casamento de Dan e Trina, porque aquilo estava LINDO DEMAIS, nossa!

Lara Jean e Peter Kavinsky têm um plano: ambos vão estudar em Stanford e então eles estarão em uma parte do seu namoro em que “não precisarão dizer boa noite”. Lara Jean estava feliz com isso (embora a mudança da UVA para Stanford me incomode, e eu não posso deixar de falar disso, porque a UVA, no livro, é a faculdade dos sonhos de Lara Jean, e sempre foi… tem a ver com a sua mãe, com a sua família, com a proximidade de casa, não tem a ver apenas com Peter. No filme, parece que Lara Jean só queria ir para Stanford por causa do Peter), e provavelmente o plano deles teria funcionado se Lara Jean tivesse sido aceita, mas isso não acontece. Ela sofre por pouquíssimo tempo por Stanford, na verdade, porque ela logo é aceita na Berkeley, que fica a apenas uma hora de distância, e Peter lida bem com isso (melhor que no livro), dizendo que ela pode se transferir depois do primeiro ano…

Fiquei muito feliz de como o filme deu destaque a Chris, embora tenha tirado duas das minhas cenas favoritas da Lara Jean com ela: a viagem para o campus da faculdade e a despedida quando Chris está indo embora do país. A primeira cena foi incorporada à cena de Nova York, com Gen ganhando um destaque desnecessário, mas o filme, eventualmente, consegue passar a mesma mensagem do livro… sem Peter Kavinsky, Lara Jean se apaixona pela NYU por estar no meio da cidade, vai a uma festa na qual a vemos dançar livre e feliz, como nunca a vimos antes, e ela ainda tem todo aquele lance do sofá rosa que eu achei divertidíssimo e uma boa adição ao filme. Ali, ela se encanta pela cidade e pela faculdade, e ela se inscreveu para a NYU… ela não sabe se foi aceita ou não porque quem está responsável por cuidar disso é a Kitty, mas ela já tomou uma decisão: vai a Berkeley.

Mas vai mesmo?

Eu achei a Lara Jean mais receosa do que a determinada Lara Jean do livro que, quando visita o campus da faculdade com Chris não pensa em Peter: ela não tem dúvidas de que é ali que ela quer estudar. Claro que, com a mudança das faculdades no filme, a distância também aumenta: se ela for para NYU, ela estará a 1 dia e 18 horas de Peter Kavinsky – mas ela pode deixar de seguir um sonho e de viver intensamente uma faculdade pela qual ela se apaixonou só por causa de Peter? A resposta claramente é NÃO. E Lara Jean precisa entender isso consigo mesma (eu amei a cena da Kitty dizendo que, de 1 a 10, vai sentir sua falta 12 se ela for pra NYU, foi LINDO DEMAIS!), e depois conversar com Peter… aqui é o único momento em que conseguimos ver vagamente a babaquice que o Peter exala continuamente nos dois últimos livros, porque ele acha que Lara Jean vai se transferir no fim do primeiro ano, mas ela não quer isso, e não precisa fazer isso porque é o que ele quer.

LARA JEAN MERECE NYU!

Eu não sei o que será de Lara Jean e Peter Kavinsky no futuro… eles acham que vai dar tudo certo, apesar da distância, e que eles são especiais – mas, até aí, que casal não acha isso, né? E quantos eventualmente terminam em situações como essa? Independente disso, o romance de Peter e Lara Jean foi bonito, sim, e importante durante o tempo de escola, e tem uma conclusão linda, depois de eles brigarem, terminarem e fazerem as pazes depois do casamento de Dan e Trina, com um novo contrato no anuário de Lara Jean e um beijo apaixonado na tenda vazia do casamento. Visualmente é incrível, a química de Noah e Lana nos convence, e eu fiquei muito feliz, de verdade, apesar de todas as minhas ressalvas. Foi um filme bonito, bem dirigido e bem atuado, que conseguiu concluir com muita eficiência essa história que começou com “Para Todos os Garotos Que Já Amei”.

 

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