American Horror Story: Cult 7x06 – Mid-Western Assassin


“You’re worthless. You don’t exist. You’re nothing”
E eu, inocente, acreditando que Meadow Wilton já tinha terminado de contar a sua história. Esse é um dos episódios mais interessantes de American Horror Story: Cult, porque ele é intrigante e envolvente durante todo o seu desenvolvimento, e tem um final intricado, embora compreensível, que realmente nos deixa aplaudindo o episódio. Acabamos de passar da metade da temporada, e “Cult”, na minha opinião, vem se saindo muito bem! Ela mistura o tema da eleição de Trump, em 2016, com toda a psique humana pervertida e doente. O episódio começa eletrizante em um comício de Kai em que um tiroteio acontece. Harrison está correndo, Ivy está se escondendo, Kai está caído, baleado, no palco, e Ally é quem está segurando uma arma… desde que ela descobriu tudo, as coisas mudaram para valer. Mas é mais complexo do que parece.
Retornamos ao momento em que Meadow aparece na janela de Ally falando sobre o culto, e sobre como “todos estão envolvidos”. Então Ally invade a casa vizinha, presenciando uma cena de sexo entre Harrison e o Detetive (sério, que coisa HOT, será que eu sou o único que queria um pouquinho mais de destaque na cena?! Sério, as posições, as reações, os gemidos!), e descobre Meadow presa… eventualmente, elas conseguem escapar direto para o restaurante de Ally e Ivy (“Oh, can I have a cappuccino?”). Ally se envolveu nisso tudo dessa maneira porque ela quer saber. Ela não vai aceitar simplesmente o que Meadow disse da janela, mas também não vai ser cética: ela só quer ser convencida. E Meadow a convence, sobre como Ivy os permitiu entrar na casa e tudo o mais… mas qual foi o motivo de Ivy por trás disso tudo?
O episódio é repleto de vai e vem temporal. Estamos em Dezembro de 2016, quando Meadow foi recrutada (“He has to choose you”). O motivo pelo qual ela se envolveu é bem simples, e já explicado: ela é apaixonada por Harrison desde sempre, e ela passou a ficar ainda mais excluída quando ele começou a namorar o detetive, então ela diz que, com Kai, ela conheceu o amor de verdade… ele era, para ela, algo real, algo que podia sentir, e algo em que acreditar. Ele soube seduzi-la. Tudo quase chegou ao fim quando ela viu Kai recrutando Ivy, e era exatamente o mesmo discurso que ele fez para ela. Então ela tentou deixar o culto. “You’re full of shit. I loved you. I’m out!” E então vem a sua “morte” forjada, e uma humilhação de Kai que começa com “You’re worthless. You don’t exist. You’re nothing”. E foi Ally quem salvou a sua vida.
“There’s only one way to stop him. We have to kill him”
Presenciamos, também, em Novembro de 2016, os mindinhos de Kai e Ivy. E foi uma sequência forte, em que ela admitiu que ODEIA a esposa, e começou a odiá-la desde o nascimento de Oz, o momento mais feliz de sua vida. Ela acredita que ela devia ter sido a que gerou o bebê, mas ela não podia. E tudo parecia estar contra ela, quando Ally dizia “my baby”, ou quando continuou o amamentando até os 3 anos de idade, por exemplo. E ainda tem todas as fobias… foi muito forte, mas agora tudo faz sentido. Ela se juntou ao culto contra Ally, disposta a fazer o que fosse possível tanto para estar “livre” dela, quanto para ficar com a guarda de Oz, que é algo que, normalmente, ela não teria. Eu gosto de ver os diferentes motivos que levaram vários personagens a se juntarem a Kai nessa loucura, e como ele é um bom manipulador.
Ele não conseguiu manipular aquela mulher que passa a concorrer com ele, que por não saber o nome da personagem, chamarei de “Vera”, por motivos pessoais. Eu amei como ela O DESTRUIU. Não só ela chamou ele e Trump de “a mosca que o lixo atrai”, mas o “desmascarou”, dizendo que ele não era um conservador, mas sim um reacionário, que se debruçava sobre o medo para ser ouvido. No entanto, como era de se esperar, as coisas deram errado. Antes de sua candidatura ser oficial, ela seria morta. Ally chega a ela contando toda a verdade, sobre Kai e sobre o culto, e ela até acredita, mas o culto invade com suas máscaras demoníacas, e enquanto Ally foge, inútil, “Vera” é morta depois da publicação, em seu Facebook, de uma “carta de suicídio”. Ally, embora tenha sido vista por Ivy, acabou saindo livre.
No entanto, Meadow não estava mais com Vincent, como ela deixara. E então estamos de volta à cena do comício, em que MEADOW está com uma arma, e ela destrói tudo, atira em Kai e, por fim, atira em si mesma, deixando a arma na mão de Ally, e ela como culpada de tudo quando a polícia aparece. O mais interessante foi retornar àquele doloroso “You’re nothing” do Kai a Meadow, e ver a sequência. Inteligente, maquiavélica. Era tudo parte de um plano. Que Meadow fosse até Ally, que contasse toda a verdade, na qual ninguém mais acreditaria, e inventasse isso de “matá-lo” para chamar a atenção de todos a ele, para se tornar nacional. “Only you can do that. I need to be assassinated”. E ele sabe como manipulá-la, o que dizer e quando dizer, enquanto os dois transam, e ela, cega, segue todas as instruções à risca, de forma doentia, até acabar morta por Kai.
É complexo, é doente, é admirável, embora de uma forma controversa.
Kai SABE o que está fazendo, e faz muito bem.

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